#Texto 2

Andei e fui seguindo o rastro que os cachorros alvoroçados foram deixando pelo caminho.

Formavam desenhos irregulares no chão de areia úmida pelo mar, sendo redundando dizer salgado.
Não encontrei o local que haviam me dito, ja caminhei praticamente o dia todo em direção ao rochedo, porém ele não chegava perto, nem se afastava, nem aumentava e nem diminuía de tamanho.

Eram passos em vão. Me senti andando em uma esteira, mas com todas as sensações de pé na areia molhada, o vento no rosto, a brisa salgada...

Havia uma porta trancada no final, uma chave pendurada nela dizia:
"Abre"
Destranquei, entrei... escuro!

Voltei, avistava o mar, as ondas, o sorveteiro gritando por atenção. Entrei novamente e escuridão.
Nenhuma luz, voz, som, sensação, calor, frio, medo....

Ah, medo. Esse sim pairava. Um cheiro forte de medo... Medo talvez de encontrar algo desconhecido? Medo de adentrar em um local desconhecido?  Ou medo de ja conhecer o desconhecido, dizer olá e ficar?
(Caetano P. Martins)


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