#Poema46

O Louco
  Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim:
 
   Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente gritando: “Ladrões, ladrões, malditos ladrões!”
 
   Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.
 
   E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: “É um louco!” Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua.
 
   Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei: “Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!”
 
   Assim me tornei louco.
 
   E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.
    (Gibran Khalil Gibran)
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Louco sou, mas não louco o bastante para deixar de amar...
(Caetano Polezi Martins)

Comentários

  1. Parabéns pelo seu blog, está cada vez melhor. continue desenvolvendo esse seu dom :D

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  2. Obrigado "Anônimo"!!!
    Espero que continue a visitar meu blog.

    Até mais ^^

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