#Texto 3

Como sempre observei, continuei olhando pela fresta da janela do 3° andar, a rua. 3:00 da manhã, molhada e brilhante.

Um brilho mágico que só acontece esse horário, no silêncio, com as luzes da cidade acesas e o pensamento reproduzindo sem parar o filme do seu dia, talvez semana, mês, ano... talvez toda a sua vida.

Realmente é bonito, mas por que acordado até essa hora?
Toda a cidade diurna dormindo, cada qual em seus pensamentos, mas dormindo.

Penso naqueles que se foram, penso no vazio do universo, penso na criança que vi brincando no parquinho da praça, penso no cachorro que latiu enquanto eu cruzava o portão da casa amarela, penso nas inúmeras estrelas que tem no céu, impossíveis de contar, quão longe estão, brilhantes e que sempre parecem piscar...
(Caetano P. Martins)


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